Extrato hidroalcoólico de Punica granatum Linn. sobre Staphylococcus spp. isolado de leite bovino

Autores

  • Erika Cosendey Toledo de Mello-Peixoto Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus de Bandeirantes
  • Giovanna Melatti Bermal Moreira UENP
  • Leopoldo Sussumu MATSUMOTO UENP
  • Regildo Márcio Gonçalves SILVA UNESP - CAMPUS DE ASSIS
  • Paulo Francisco Domingues UNESP CAMPUS DE BOTUCATU

Palavras-chave:

mastite, plantas medicinais, produção orgânica, romã,

Resumo

Resumo Mastite é caraterizada por inflamação mamária em resposta à infecção bacteriana. Objetivou-se verificar ação antibacteriana do extrato de romã sobre sobre Staphylococcus spp. Amostras de leite foram semeadas e as colônias ajustadas a 1,0x106 UFC.mL-1 ao padrão nº 6 da escala de MacFarland. A sensibilidade dos isolados foi determinada por difusão em discos e a concentração inibitória mínima foi determinada pelo halo de inibição superior a 15 mm. Os extratos foram avaliados pelo método ANOVA e teste de Tukey 5%. Adicionalmente avaliou-se atividade antioxidante, teores de fenóis e flavonoides totais. O crescimento bacteriano foi inibido e a ação antioxidante foi verificada a partir de 50 μg.mL-1. Porém, não foi possível correlacionar esta atividade aos teores de fenóis e flavonoides totais, provavelmente outras substâncias presentes foram responsáveis pela ação antioxidante. Conclui-se que o extrato hidroalcoólico de romã apresenta atividade antimicrobiana contra Staphylococcus spp. Palavras-chave: mastite; plantas medicinais; produção orgânica; romã; Abstract: Mastitis is characterized by mammary inflammation in response to bacterial infection. The aim of this study was to investigate the antibacterial activity of pomegranate extract on Staphylococcus spp. The milk samples were plated and the colonies were adjusted to 1.0 x106 UFC.mL-1 to Standard no. 6 McFarland scale. The sensitivity of the isolates was determined by disk diffusion and the minimum inhibitory concentration was determined by the halo of inhibition greater than 15 mm. The extracts were evaluated by ANOVA and Tukey test 5%. Additionally it was evaluated antioxidant activity, levels of total phenols and flavonoids. The bacterial growth was inhibited and the antioxidant activity was observed from 50 μg.mL-1. However, it was not possible to correlate this activity to the levels of total phenols and flavonoids, probably other substances were responsible for antioxidant activity. It was concluded that the hydroalcoholic extract of pomegranate has antimicrobial activity against Staphylococcus spp. Keywords: mastites; medicinal plants; organic production; pomegranate Introdução Mastite bovina é uma doença multifatorial, caraterizada por uma inflamação da glândula mamária. Frequentemente ocorre em resposta à infecção bacteriana, porém pode ser causada por outros micro-organismos, como fungos, virus e leveduras (TOZZETTI et al., 2008). Compromete a qualidade do leite pelo risco de veiculação de agentes patogênicos, causando grandes perdas na produção, tanto em propriedades leiteiras como em laticínios. O tratamento usual a base de antimicrobianos químicos causa risco por determinar resíduos no leite, tornando-se inapropriado para o consumo. Assim, verificou-se crescente busca por medicamentos naturais. Nos últimos anos, o aumento da procura por produtos orgânicos vem se intensificando. A utilização de plantas medicinais vem sendo estimulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por ser acessível economicamente a grande parte da população. Em torno de 80% da população dos países em desenvolvimento utiliza deste tipo de medicamento (DOMINGUES et al., 2012). A utilização de plantas medicinais contribui para exploração pecuária sustentável por não determinar descarte de leite, minimizar a compra de produtos químicos, favorecendo assim a renda do produtor. Punica granatum Linn. conhecida, da família Punicaceae, é cultivada mundialmente. Foram demonstradas propriedades antimicrobianas do extrato de romã (MOORTHY et al., 2013), inclusive sobre isolados de Staphylococcus aureus (SILVA et al. 2008). Os principais constituintes da romã são alcaloides (peletierina, isopeletierina, metilpeletierina), taninos, compostos fenólicos (antocianinas, quercetina, ácidos fenólicos) e flavonoides. Estas substâncias são frequentemente relacionadas com as atividades terapêuticas registradas. Propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, apresentadas pelos extratos de romã, são particularmente importantes para o tratamento da mastite bovina. Dessa forma, o presente trabalho objetivou avaliar os efeitos, in vitro, do extrato hidroalcoólico da casca do fruto da romã, sobre Staphylococcus sp. isolado de leite bovino. Metodologia As romãs foram colhidas ao final da manhã (no município de Bandeirantes – PR), higienizadas com solução de hipoclorito de sódio a 0,5% e secas com papel toalha. As cascas dos frutos foram secas em estufa com ventilação forçada de ar à 400C e maceradas manualmente. Para confecção do extrato hidroalcoólico à 10% (EHA), adicionou-se 190mL de álcool P.A. e 80mL de água destilada, em 30g de casca. Após agitação mecânica constante, durante 24 horas, realizou-se filtração à vácuo. Este procedimento foi realizados por 3 dias consecutivos, sendo que a cada filtração, adicionou-se solução hidroalcoólica conforme volume supracitado. Realizou-se concentração por rotaevaporizador (600C), secagem em estufa (37ºC por 24 horas), congelação e liofilização do extrato. As amostras de leite foram coletadas a partir de fêmeas bovinas portadoras de mastite subclínica. Esses animais foram previamente selecionados a partir do teste de Tamis e Califórnia Mastite Teste (CMT), a fim de se diagnosticar mastite clínica e subclínica respectivamente. Somente as amostras de leite que apresentaram positividade para o CMT, foram utilizadas pelo presente estudo. O CMT foi considerado positivo quando apresentou uma ou mais cruzes (SCHALM & NOORLANDER, 1957). Adicionalmente realizou-se Contagem de Células Somáticas (CCS) e análise microbiológica. Para tanto, as amostras de leite de cada quarto mamário, foram colhidas antissepticamente, acondicionadas em caixa isotérmica, transportadas sob refrigeração (aproximadamente 4ºC) até o laboratório de microbiologia da UENP. Os Staphylococcus sp. foram isolados utilizando meio Ágar Baird Parker®, enriquecido com emulsão de gema de ovo e telurito. Incubou-se à 37°C por 48 horas de acordo com OXOID (2000). As colônias foram observadas quanto à morfologia e aspectos como coloração cinza-negra, brilhante, convexa, com zona de precipitação circundada por halo claro de 2-5mm. As colônias foram isoladas em ágar-sangue e observadas quanto à morfologia, tamanho, pigmentação e presença de hemólise. Os micro-organismos foram avaliados pela coloração de Gram, prova de coagulase, catalase, uréase, e classificados quanto à resistência à novobiocina (SCHLEIFER & KLOOS, 1975). O teste de sensibilidade foi determinado pela técnica de difusão em placas de Ágar Mueller-Hinton. As colônias foram inoculadas em suspensão salina estéril a 0,85%, e por meio de espectrofotometria de luz, os inóculos foram ajustados em concentração celular entre 0,40 e 0,49nm de absorbância, com comprimento de onda de 600nm, criando a concentração de 1,0x10⁶ UFC/ mL-1. Assim, apresentaram turvação ajustada ao padrão nº6 da escala de MacFarland (STANDARDS, 1997). A atividade antibacteriana foi avaliada em quintuplicata, utilizando discos de papel filtro (Whatman nº1), impregnados com 40μL do extrato EHA, nas seguintes concentrações conforme Tabela 1. Tabela 1. Concentrações das diluições do extrato hidroalcoólico de casca de romã a 10%, empregadas nos testes antimicrobiano em difusão em disco DILUIÇÃO CONCENTRAÇÃO INICIAL 4 mg/ml 1:2 2 mg/ml 1:4 1 mg/ml 1:8 0,5 mg/ml 1:16 0,25 mg/ml 1:32 0,125 mg/ml 1:64 0,0625 mg/ml As placas foram então incubadas (37ºC por 24h) e a Concentração Inibitória Mínima (CIM) correspondeu à menor concentração do extrato que inibiu completamente o crescimento bacteriano; considerando-se halo inibitório superior a 15mm. Complementarmente, foram avaliados controle positivo (ampicilina-10µg, sulfamitoxazol e trimetoprim- 25 µg, penicilina-10 µg, eritromicina-15 µg, oxacilina-1µg, cloranfenicol-30 µg, e vancomicina-30µg) e controle negativo utilizando discos estéreis. As variáveis foram submetidas à análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O EHA foi avaliado quanto à atividade antioxidante, teores de fenóis e flavonoides totais; utilizando-se espectrofotômetria UV-Visível. O extrato foi diluído nas concentrações: 25, 50, 75, 100, 250, 500 e 1000 µg para 1mL, e avaliado em triplicata. A atividade antioxidante foi determinada pela capacidade doadora de H+ para o radical estável DPPH. (2,2-difenil-1-picrilhidrazil), de acordo com a metodologia BLOIS (1958). Para a quantificação dos fenóis totais foi utilizado o método Folin-Ciocalteu (molibdato, tungstato e ácido fosfórico), e os teores de flavonoides foram determinados segundo a metodologia de ZHISHEN et al. (1999). Resultados e discussões Para o rebanho utilizado, foi observada apenas ocorrência de mastite subclínica, em 69% dos animais investigados. Este resultado corrobora aos registros anteriores, que apontaram esta forma como a mais frequentemente encontrada, quando comparada à forma clínica da doença (MELLO PEIXOTO et al., 2009). A CCS apresentou em média 838,64x103 e as análises mirobiológicas identificaram Staphylococcus aureus, Staphylococcus saprophyticus e Staphylococcus coagulase negativa. O EHA inibiu o crescimento bacteriano a partir da concentração de 4mg/mL, verificando-se que quanto mais concentrado o extrato, maior o halo de inibição. Todas as concentrações proporcionaram halo de inibição maior que 15mm (Tabela 2). Tabela 2. Distribuição das médias (mm) dos halos de inibição bacteriana sobre Staphylococcus sp, observados para no tratamento com Extrato Hidroalcoólico a 10% de romã Halo de Inibição (mm) Conc. Extrato Staphylococcus aureus Staphylococcus Coagulase Negativa Staphylococcus saprophyticus 1 2 3 4 mg/ml 32,7a 32,7a 29,7a 23,7bcd 37,0a 2 mg/ml 27,7b 31,3ab 27,7a 22,3cd 35,3a 1 mg/ml 26,3bc 30,7ab 25,3b 26,7a 30,7b 0,5 mg/ml 25,7c 28,0b 24,0bc 25,0ab 27,3c 0,25mg/ml 22,0d 27,7bc 23,0c 24,3abc 24,3d 0,125 mg/ml 21,3d 23,3c 18,0d 21,7d 24,3d 0,0625 mg/ml 16,3e 9,3d 10,0e 17,3e 16,0e *Médias seguidas de mesma letras minúsculas na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Quanto aos tratamentos controle positivo, os mais eficientes foram sulfamitoxazol/trimetoprim, penicilina, eritromicina, cloranfenicol, oxacilina, ampicilina e vancomicina. Ao contrário, o grupo controle negativo não apresentou ação inibitória, tão pouco interferência no crescimento microbiano. O extrato EHA apresentou atividade antioxidante a partir da concentração de 50μg/mL (Tabela 3), porém Entretanto, a atividade antioxidante não foi correlacionada aos teores de fenóis totais e flavonoides. Talvez outras substâncias alcaloides presentes no extrato estudado, possam ter sido as responsáveis pela atividade antioxidante verificada. Tabela 3. Valores médios referentes à atividade antioxidante (AA%) para o Extrato Hidroalcoólico de romã a 10%. Concentração (AA%) 25 µg/mL - 50 µg/mL 2,17 75 µg/mL 1,96 100 µg/mL 31,27 250 µg/mL 33,94 500 µg/mL 64,01 1000 µg/mL 77,79 Conclusões O extrato de Punica granatum Linn. apresentou ação inibitória sobre bactérias do gênero Staphylococcus, principalmente sobre S. aureus, demonstrando potencial benefício para o controle da mastite bovina. Agradecimentos À Fundação Araucária, CAPES, CNPq, e aos Ministérios MCTI, MDA, MAPA, MPA e MEC pelo apoio financeiro que foi essencial para a realização deste trabalho. Referências bibliográficas: BLOIS, M.S. Antioxidant determinations by the use of a stable free radical. Nature, v.181, p.1199-1200, 1958. DOMINGUES, B.S.L. et al. A produção de leite orgânico e aspectos de segurança alimentar, Veterinária e Zootecnia, v. 19, n. 4, p. 490-501, 2012. MELLO-PEIXOTO, E.C.T. et al. Incidência de mastite bovina em animais homeopatizados. Instituto Laticínio Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 64, n. 368, p.66-71, 2009. MOORTHY, K. et al. Antimicrobial activity and qualitative phytochemical analysis of Punica granatum Linn. Journal of Medicinal Plants Research, v.7, n.9, p.474-479, 2013. OXOID MANUAL. The oxide manual of culture media, ingredients and other laboratory services. Oxide limited, Basingstoke, Hampshire, England: Oxoid, 2000, p.20-207, 2000. SCHALM, O.; NOORLANDER, D. Experiments and observations leading to development of the California Mastitis Test. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 130, n. 5, p. 199, 1957. SCHLEIFER, K.H.; KLOOS, W.E.A simple test system for the separation of staphylococci from micrococci. Journal of Clinical Microbiology, v. 1, n. 3, p. 337-338, 1975. SILVA, M.A. et al. Antibiotic activity of the extract of Punica granatum Linn. over bovine strains of Staphylococcus aureus. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v.18, n.2, p. 209-212, 2008. TOZZETTI, D.S. et al. Prevenção, controle e tratamento das mastites bovinas: revisão de literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v. 6, n.10, 2008.

Biografia do Autor

  • Erika Cosendey Toledo de Mello-Peixoto, Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus de Bandeirantes
    Possui Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense - RJ, Residência em Cirurgia pela Universidade Estadual Paulista - Campus de Jaboticabal - SP, Especialização em Agricultura Biológico Dinâmica - Universidade de Uberaba - Instituto Elo / Botucatu, Especialização em Bovinocultura Leiteira pela Universidade Federal de Lavras - MG, Mestrado em Medicina Veterinária - Cirurgia Geral pela Universidade Federal de Santa Maria -RS, Doutorado em Medicina Veterinária - Reprodução Animal pela Universidade Estadual Paulista Campus de Jaboticabal e Pós-doutorado em Medicina Veterinária - Higiene e Saúde Pública pela Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho Campus de Botucatu, Pós-doutorado em Fitoterapia pela UNESP Campus de Assis. É professora associada B da Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus de Bandeirantes. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, Agronomia e Zootecnia com ênfase em Agroecologia e Produção Animal Orgânica e Biodinâmica.
  • Giovanna Melatti Bermal Moreira, UENP
    Bióloga mestranda em Agronomia.
  • Leopoldo Sussumu MATSUMOTO, UENP
    Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina (1986), mestrado em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (2001) e doutorado em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina (2005). Atualmente é Pós doutorando na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA-SOJA), professor adjunto da Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus de Bandeirantes.
  • Regildo Márcio Gonçalves SILVA, UNESP - CAMPUS DE ASSIS
    Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (1996), Mestre em Genética e Bioquímica pela Universidade Federal de Uberlândia (1999) e doutor em Genética e Bioquímica pela Universidade Federal de Uberlândia (2003). Atualmente sou professor Assistente Doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Membro do corpo docente e orientador do Programa de Pós-graduação do Mestrado em Biociências da UNESP/Assis. Tenho experiência na área de Fisiologia vegetal, com ênfase em Alelopatia, Plantas Medicinais, Produtos Naturais e Mutagênese Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: plantas medicinais, alelopatia e ecotoxicologia.
  • Paulo Francisco Domingues, UNESP CAMPUS DE BOTUCATU
    Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS (1982), Residência em Medicina Veterinária na área de Laboratório Clínico na FMVZ-UNESP/Botucatu-SP (1983), Médico Veterinário da Cooperativa dos Produtores de Leite da Alta Paulista-COPLAP, Tupã/SP (1984-1987) e Docente na FMVZ/UNESP/Botucatu, desde 1987. Mestrado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"-UNESP (1993) e doutorado em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (1999). Atualmente é professor Adjunto (Livre Docente em Saúde Animal - jan/2010) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP - Campus de Botucatu/SP. Responsável pelas disciplinas: Higiene Zootécnica (graduação) e Aspectos Sanitários em Produtividade Animal e em Saúde Pública (pós-graduação). Atualmente é tutor do grupo PET/FMVZ. Tem experiência na área de Medicina Veterinária Preventiva, com ênfase em Saúde Animal e Higiene Zootécnica, atuando principalmente nos seguintes temas: mastites, saúde animal e zoonoses. É bolsista do Programa de Educação Tutorial (SESu/MEC).

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Publicado

2014-06-21

Edição

Seção

I Congresso Paranaense de Agroecologia - Trabalhos

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