O USO DO FOGO COMO PRÁTICA AGROPASTORIL NA MICRORREGIÃO HOMOGÊNEA DOS CAMPOS DE CIMA DA SERRA:ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL E BUSCA DE UM MODELO SUSTENTÁVEL

Resumo

A queima de campo é uma prática comum no manejo das pastagens nos municípios dos Campos de Cima da Serra. Desde março de 2001, estão sendo realizados estudos que levem à compreensão da dinâmica deste agroecossistema e que possibilitem o desenvolvimento de tecnologias alternativas. Foram demarcadas unidades amostrais com diferentes tratamentos (áreas com pastoreio, com e sem queima, com roçada e campo nativo melhorado). Na análise da produtividade primária (verão 2001-2002 e verão 2002-2003) verificou-se uma maior produção de biomassa nas áreas melhoradas e de pastoreio normal nos dois anos consecutivos. A queima da pastagem natural, em relação á área sem queima, promoveu um aumento de acidez e do teor de S, e uma redução na porcentagem de Argila e nos teores de B e de SAT Bases. Os demais índices de Al, Ca e Mgtroc, P e K extraíveis, M.O., Acidez Potencial (Al + H), CTC e Saturação Al não mostraram diferenças significativas. O melhoramento do campo nativo elevou os teores de Ca, Mg e P no solo. A aplicação de calcário diminuiu a acidez e, consequentemente, reduziu os teores de Al. Áreas sem queima apresentam uma maior cobertura vegetal e maior diversidade de espécies. O capim caninha (Andropogon lateralis L.) é a espécie que apresentou os maiores índices de cobertura e sociabilidade, em todos os tratamentos, correspondendo de 80 a 90% do estrato herbáceo. Quanto a análise da diversidade de artrópodes, verificou-se até o momento uma maior freqüência de Collembola (Hexapoda). PALAVRAS-CHAVE: fertilidade do solo, queima de campo, melhoramento de campo nativo, artrópodes, diversidade.