Do extrativismo ao agroextrativismo: enfoques agroecológicos do Marajó
Resumo
A preocupante crise ambiental das últimas décadas tem revelado a falência do paradigma de desenvolvimento econômico pautado na exploração irracional da natureza. A ação humana no meio ambiente, sem observar o equilíbrio ecológico, tem gerado intensa destruição florestal, ampliada pela expansão da agricultura capitalista, sobretudo a partir da revolução verde, atualmente representada em agronegócio. Numa inversão desse modelo que entende a natureza como obstáculo ao progresso e desenvolvimento, vem ganhando força o movimento ambientalista, ecológico em defesa de uma sociedade sustentável, que enfatiza a prática de manejo florestal, a agricultura orgânica, ecológica, valorizando saberes de populações tradicionais, no diálogo e integração com o conhecimento científico. Apresentado como alternativa sustentável e cientificamente viável contra o modo predador de recursos naturais, o enfoque agroecológico ampliou sua margem, sua rede, teia de entidades, organizações e sujeitos que pautam suas práticas de trabalho e produção, saberes tradicionais e científicos, integrando interesses socioeconômicos, experiências culturais e consciência ambiental. No caso da dimensão política, promove e estimula o empoderamento dos atores sociais, em especial os que vivenciam cotidianamente a relação cultura e natureza. Se o movimento agroecológico no Brasil surgiu e se fortaleceu para combater a perspectiva da revolução verde, atualizada na vertente do agronegócio, não podemos generalizar para a realidade da Amazônia, em especial do Marajó, com sua complexa biodiversidade, incluindo florestas, ilhas, rios e campos.Referências
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