Modernidade, Aceleração Tecnológica e Biotecnologia

Autores

  • Patricia F. Benthien Luiz Carlos Benthien e Mara claudia Faraco Benthien

Resumo

A velocidade ligada ao avanço tecnológico torna-se um elemento fundamental da movimentação da modernidade. O mais veloz é sempre o que está à frente no processo de dominação compreendido enquanto uma aceleração em nome do progresso. Esta aceleração tecnológica, principalmente a partir da década de 1970, materializa-se como um processo exponencial, ou seja, o tempo necessário para a invenção e sua disseminação é cada vez menor, culminando na formação de uma “aceleração da aceleração”. Em outras palavras, o processo de crescimento exponencial das tecnologias faz com que o século XXI se torne um marco na história do desenvolvimento tecnológico, na medida em que ao invés de representar 100 anos de desenvolvimento gradativo, que seria reflexo de um avanço constante, estaríamos vivendo, em apenas um século, um desenvolvimento tecnológico que representaria, numa escala normal e gradativa, um progresso tecnológico relativo a 20 mil anos . Logo, isto significa que novas invenções são apresentadas em um espaço de tempo cada vez mais curto e, por conseqüência, em um ritmo cada vez mais acelerado. Este processo tem como principais vetores o desenvolvimento tecnológico associado às áreas de informática, biologia, medicina e genética e, como será visto adiante, à associação e convergência tecnológica em várias áreas do conhecimento. Vivemos em uma sociedade que pode ser considerada como pós-industrial, já que o processo produtivo, caracterizado anteriormente pela relação entre matéria-prima, força de trabalho e a produção de bens tangíveis, passa a ser caracterizado agora pela informação e pelo conhecimento como peças fundamentais do processo, na medida em que estas virtualizam a produção de bens, adquirindo papel predominante como input e output do processo produtivo. Neste contexto, os bens imateriais formam uma nova espécie de mercado e a informação torna-se riqueza estratégica. Logo, com a substituição progressiva do trabalho humano pelo trabalho da máquina, mais intenso é o papel da “informação” enquanto elemento e produto do processo de produção industrial. Nesta mesma perspectiva, podemos afirmar que a circulação da informação e a virtualização dos bens passam a substituir e, por vezes, complementar a realidade material. Neste sentido, pretende-se abordar, neste trabalho, a estreita relação entre o processo de aceleração tecnológica e o papel desempenhado pelas biotecnologias e, em especial, pela transgenia agrícola, na modernidade.

Biografia do Autor

  • Patricia F. Benthien, Luiz Carlos Benthien e Mara claudia Faraco Benthien
    Mestre em Sociologia e Douturanda do doutorado interdisciplinar em Ambiente e Sociedade da Unicamp. Professora das Faculdades Integradas Curitiba

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Publicado

2007-09-28