Razões da adoção de estratégias agroecológicas por famílias do assentamento Itapuí, Nova Santa Rita/RS
Autores
Fernanda Queiros Miranda
UFSC
Jucinei José Comim
UFSC
Fábio Kessler Dal Soglio
UFRGS
Palavras-chave:
trajetórias de vida, agroecologia, razões práticas e razões simbólicas, reforma agrária.
Resumo
As escolhas que as famílias fazem ao longo das suas histórias estão baseadas em acontecimentos diversos, de natureza social, cultural, política e ambiental. Essas determinam as relações que as famílias estabelecem com as pessoas e com o ambiente onde vivem e estão permeadas de razões práticas e lógicas simbólicas. Este estudo buscou analisar, a partir da caracterização da trajetória de vida de quatro famílias assentadas no Assentamento Itapuí, município de Nova Santa Rita, estado do Rio Grande do Sul, as motivações que orientam essas famílias em suas escolhas com relação à adoção de estilos de agricultura de base ecológica, ou de diferentes estratégias produtivas. Essas famílias são produtoras de hortaliças ecológicas há aproximadamente doze anos e têm histórias de vida diferentes, porém com pontos chave em comum. As relações sociais, culturais, econômicas, políticas e com o ambiente natural, estabelecidas ao longo das trajetórias acabaram por determinar a forma de relação com o ambiente e influenciam nas tomadas decisões com relação às estratégias produtivas adotadas na produção de hortaliças. As diferenças e semelhanças observadas nas trajetórias das famílias permitiram descrever, de forma qualitativa, a evolução dos manejos adotados na produção e analisar os principais razões de ordem prática e simbólica que interferem na adoção de determinado sistema de produção. Acredita-se que essas famílias sejam agentes sociais capazes de realizar projetos e desenvolver ações que promovam um processo local de desenvolvimento com base na agroecologia.