Conflitos socioambientais e pesca artesanal no nordeste do Brasil

Autores

  • Moisés Felix de Carvalho Neto Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF
  • Luclécia Cristina Morais da SILVA Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

Resumo

A atividade pesqueira artesanal no Brasil está concentrada nas regiões Norte e Nordeste (72,4% dos pescadores) e além de ser uma atividade econômica é também um modo de vida dessas populações. O objetivo da pesquisa foi de compreender e comparar os problemas socioambientais de pescadores artesanais em seu contexto histórico em duas regiões do estado de Pernambuco, a primeira no litoral e a segunda na mesorregião do São Francisco. A pesquisa fez uso de diferentes fontes bibliográficas, entrevistas abertas e fontes documentais sobre as duas localidades aqui relatadas e que foram alvo de novos projetos de desenvolvimento econômico, que se refletiram, principalmente, na diminuição da quantidade de peixes e na migração para atividades econômicas diversas. Nas duas regiões de estudo, têm-se exemplos de comunidades que exigem respeito as suas culturas tradicionais e que buscam ter o reconhecimento do território tradicional através da luta e participação em movimentos sociais diversos. Palavras-chave: Território tradicional; Cultura pesqueira; Impactos socioambientais.

Biografia do Autor

  • Moisés Felix de Carvalho Neto, Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF
    Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB (2009). Licenciatura plena em Matemática pela UPE - Campus III (2014), em andamento. Possui Curso de Aperfeiçoamento em Agricultura Familiar e Sustentabilidade dos povos do campo e tradicionais do campo pela UFRPE/UAG (360h) com ênfase nos eixos temáticos: Organização Social, Políticas Públicas, Cidadania, Sistema de Produção e Processos de trabalho no campo, Economia Solidária, Desenvolvimento Territorial Sustentável, Identidade, Etnia, Cultura, Gênero, Geração. Cursando a especialização lato sensu em Metodologias Participativas Aplicadas à Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural pela Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF (2014). Mestrando em Produção Vegetal pela UNIVASF (2014) numa perspectiva do etnoconhecimento e manejo agroecológico. Exerceu a função de Educador Social Profissionalizante dos arcos ocupacionais das ciências agrárias no Programa de Educação do Campo - Projovem Campo: Saberes da Terra II, com o movimento quilombola e ribeirinho e no Saberes da Terra IV, com assentados da reforma agrária e educação camponesa através do MEC/SECAD/ Governo do Estado de Pernambuco além da relação com outros povos tradicionais e do campo. Desenvolveu atividades como Coordenador Técnico do Projeto Pontos de Cultura do Estado de Pernambuco do MEC/Fundarpe no Espaço Artístico e Cultural do Samba e Véio na Ilha do Massangano, comunidade quilombola contemporânea, município de Petrolina-PE (2009) e como Coordenador técnico dos cursos de Qualificação Profissional do projeto de Ações e gestão integrada de enfrentamento as mudanças climáticas pelo convênio FEMA/SCT/APROSFAM. Coordenou o Projeto Semeando Renda na cadeia sócioprodutiva da Fruticultura – Beneficiamento de Frutas pelo convênio MDS/BNDES/SEDES/IDESA no território do Sisal, Bahia. Tem experiência na elaboração de projetos, como também instrutor de oficinas temáticas e cursos de formações e qualificação social, com ênfase em tecnologias sociais, tecnologia de alimentos de origem vegetal, associativismo e cooperativismo, gestão socioambiental, planejamento estratégico, organizacional e nos processos de gestão de associações comunitárias. Atuou como Extensionista Rural na Assessoria técnica, social e ambiental – ATES pelo convênio INCRA/ICN. Além de experiência na área de Educação Matemática, Educação do campo, povos tradicionais e Educação Popular. No Programa Xingu, através do Instituto Socioambiental (ISA), atuou nos processos de pesquisa, desenvolvimento, gestão e capacitação socioambiental junto às associações indígenas e na organização de cadeias socioprodutivas de alternativas econômicas e negócios sustentáveis e viáveis na dinâmica indígena. Coordenou os processos de gestão da tecnologia social PAIS, através do convêncio Fundação BB/ASSOCENE na região da Mata Sul de Pernambuco. Coordenadou do Projeto Cisternas e convivência com o semiárido através do convênio MDS/SEDES/ASA-BA/ COFASPI no território da Chapada Diamantina. Atualmente é Bolsista profissional do CNPq no Núcleo de Pesquisa e Estudos em Agroecologia(NUPESA): Sertão Agroecológico.
  • Luclécia Cristina Morais da SILVA, Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF
    Bióloga (UFPE), especialista em metodologias participativas aplicadas a pesqusia, ensino e extensão e mestre em antropologia pela UFPE.

Referências

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DIEGUES, Antonio C.; ARRUDA, Rinaldo S. V. (Org.). Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; São Paulo: USP, p. 169, 2001.

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MALDONADO, S. C. Mestres e mares: espaço e indivisão na pesca marítima. São Paulo: Annablume, p. 200, 1994.

VALENCIO, Norma. Conflitos ambientais no Velho Chico: o modus operandi da desacreditação pública da pesca artesanal. In: ZHOURI, Andréa; LARSCHEFSKI, Klemens (Org.). Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte: UFMG, p. 202-223, 2010.

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Publicado

2016-05-15

Edição

Seção

IX CBA 1. Sócio biodiversidade e Território.