Estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em diferentes sistemas agroflorestais biodiversos no Território do Vale do Ivinhema, no Estado de Mato Grosso do Sul

Autores

  • Landi Aramí Rossato Paulus Universidade Federal da Grande Dourados http://orcid.org/0000-0002-1123-6831
  • Zefa Valdivina Pereira Universidade Federal da Grande Dourados
  • Milton Parron Padovan
  • Ivo de Sá Motta
  • Jósimo Diego Bazanella Line Universidade Federal da Grande Dourados
  • Gilberto Lobtchenko Universidade Federal da Grande Dourados
  • Jimi Amaral-Silva
  • Emerson Pereira da Silva Universidade Federal da Grande Dourados

Palavras-chave:

espécies arbóreas, diversidade, reserva legal.

Resumo

O presente estudo teve como objetivo caracterizar a composição arbustivo-arbórea de quatro sistemas agroflorestais (SAFs) biodiversos localizados na área experimental da Escola Municipal Rural Benedita Figueiró, no Município de Ivinhema - MS, visando subsidiar o planejamento de SAFs. Para a amostragem fitossociológica utilizou-se três linhas de cada sistema, na qual foram aferidas a altura e o diâmetro na altura do solo de todos os indivíduos arbustivos-arbóreos. O estudo encontrou nos SAFs 1, 2, 3 e 4, respectivamente: 33 espécies, 31 gêneros e 15 famílias; 29 espécies, 28 gêneros e 15 famílias; 29 espécies, 28 gêneros e 13 famílias; 20 espécies, 19 gêneros e 9 famílias. As famílias Fabaceae e Myrtaceae foram as mais representativas em número de espécies. Os modelos SAF1, SAF2, SAF3 e SAF 4 apresentaram índices de diversidade Shannon (H’) de 3,175; 3,152; 3,138; 2,853 e a equabilidade (J’) 0,908, 0,936, 0,932, 0,952, respectivamente, o que indicou uma comunidade com alta diversidade e baixa dominância entre as espécies. Na classificação dos grupos sucessionais, 28,8% das espécies amostradas são pioneiras, 26,6% secundárias iniciais, 42,2% secundárias tardias e 2,2% sem caracterização. Em relação à síndrome de dispersão, 44,4% das espécies foram classificadas como zoocóricas, 31,1% anemocóricas e 24,4% autocóricas. Esses resultados contribuem para o conhecimento da composição arbórea de SAFs, podendo subsidiar propostas de implantação de sistemas agroflorestais biodiversos, como prática de restauração ecológica, recuperação de reserva legal e para conhecer a riqueza de espécies, aliada à importância econômica e alimentícia que muitas dessas espécies possuem.

Biografia do Autor

  • Landi Aramí Rossato Paulus, Universidade Federal da Grande Dourados
    Graduada em Gestão ambiental (bacharel) pela UFGD - 2011 e Mestre em ciência e tecnologia ambiental pelo Programa de Pós Graduação em ciência e tecnologia ambiental da Universidade Federal da Grande Dourados - 2016.

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Publicado

2017-01-21

Edição

Seção

Agroecol 2016 - Desenvolvimento Rural e Urbano em Bases Agroecológicas

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